quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

TÁ, E AÍ, COMO FICA?

Diarinho (Diário do Litoral) ; Coluna Cesar Valente ; 17/1/2008

Não sei vocês, mas eu estou por aqui com essas operações que acabam demorando muito pra se resolver. Vejam a Moeda Verde: não aconteceu nada de nada, depois da espetaculosa prisão dos suspeitos. Nem os presos entraram com ações contra as presumidas injustiças, nem a Justiça deu os passos seguintes, que todos esperamos com ansiedade.

Agora, com esta operação estadual, parece que teremos o mesmo roteiro: os advogados, cheios de recursos, vão libertar seus clientes. Os inquéritos seguirão indefinidamente seu tortuoso curso. E a gente, aqui de fora e de longe, fica se sentindo meio logrado.

Afinal, se foi mesmo verdade que os suspeitos meteram a mão numa grana preta, terão todo o tempo do mundo para arrumar suas vidas e de seus parentes.

Alguns carros, da turma da Moeda Verde, estão presos na Polícia Federal, mas parece que não fazem falta. Os tais suspeitos indiciados já estão circulando com carangas novinhas. E a gente, vocês e eu, passando um cortado pra pagar as prestações do Fiesta, do Corcel, do Celta. Ou da moto.

E as construções sobre as quais havia a suspeita de terem comprado licenças ambientais e modificações no Plano Diretor, estão aí, prontas e faturando. O supermercado Bistek, uma chaga vermelha na paisagem, visível a quilômetros de distância, funciona normalmente. A boate que abriu uma fenda na mata nativa, no Jurerê, funciona a toda, logrando os otários que vão lá: com suas instalações improvisadas e o péssimo serviço, que não valem um décimo do preço cobrado.

E assim por diante. Parece que os espertos descobriram que a lentidão da Justiça, os furos da Lei e as inúmeras chicanas que todo advogado razoavelmente competente conhece, são suficientes para reverter aquele velho ditado: “o crime não compensa”. Compensa, sim, e muito.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial