quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Construtores vão avaliar os efeitos da moratória

Diário Catarinense ; Lucas Amorim ; 16/1/2008

Os integrantes do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Florianópolis (Sinduscon) vão se reunir amanhã à tarde, na sede da entidade, para definir a posição das construtoras em relação à proposta de moratória habitacional por até dois anos proposta pelo Executivo para a região do Itacorubi, na Ilha de Santa Catarina.

A medida integra um pacote com uma série de projetos que começam a ser analisados na próxima semana pela Câmara de Vereadores.

Na tarde de ontem, o presidente do Sinduscon, Hélio Bairros, chegou a cogitar de propor a possibilidade de moratória para todos os bairros da cidade, caso a proposta de proibir novas construções na Bacia do Itacorubi por até dois anos fosse levada adiante.

A possibilidade de o projeto ser aprovado foi antecipada pelo DC na terça-feira após levantamento realizado junto às bancadas de partidos da Câmara. Bairros, porém, no final da tarde, recuou da sugestão da moratória ampla após conversar com um rupo de associados do Sinduscon.

- Percebi que moratória geral seria extremamente prejudicial porque 90% das construtoras da cidade são pequenas empresas, que teriam que demitir e fechar as portas - afirmou o empresário.

Apenas na Capital, as empresas de construção civil empregam cerca de 8 mil pessoas. Mesmo após abandonar a idéia da ampliação da moratória, Bairros afirmou que a proposta de proibir construções em uma só região não leva em conta a realidade da cidade.

De acordo com ele, a Bacia do Itacorubi enfrenta os mesmos problemas de outras regiões, como complicações no trânsito, falta dágua e abastecimento irregular de energia elétrica. Para o dirigente, não se pode defender uma região em detrimento das outras.

O prefeito Dário Berger explicou que a Bacia do Itacorubi foi incluída no pacote porque ocupa uma região "extremamente problemática, sem saneamento básico e com ambiente de mangue em processo de destruição".

Dário destacou, sobretudo, que a proposta de moratória não partiu dele, mas de um pedido feito por líderes comunitários preocupados com a expansão sem ingra-estrutura adequada.

Prefeito diz que atendeu um anseio da população

- Apenas atendi a um anseio generalizado da população - afirmou o prefeito.

Prefeito diz que atendeu um anseio da população

O presidente da Álamo Construtora, Mário César da Silveira, foi um dos empresários contrários à idéia da moratória geral. Lamentou, porém, que não foi levada adiante a idéia de uma conversa do prefeito com as construtoras sobre a proibição de novos imóveis na Bacia do Itacorubi. Dário disse ontem, no entanto, estar aberto a discussões, tanto em audiências públicas quanto em reuniões com as partes interessadas.

Caso a moratória para a região do Itacorubi seja aprovada pela Câmara - levantamento do DC apontou que pelo menos seis dos nove líderes de partidos são favoráveis à proposta - , algumas empresas projetam corte de investimentos na cidade.

O diretor-administrativo da Beco Castelo, Robson Deschamps, explica que não há outra região disponível na cidade. Com a proibição de novos imóveis proposta pelo prefeito, calcula que teria que demitir pelo menos 1/3 dos 200 funcionários.

O restante trabalharia em projetos a serem erguidos fora da Capital, já que a cidade não apresentaria outros bairros atraentes para a construtora. Além de São José, outros municípios da Grande Florianópolis entrariam no mapa, como Palhoça e Biguaçu, por exemplo.

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